Workshop Internacional Discute Campanha Científica que Avaliará Impactos da Poluição na Chuva da Amazônia

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota da postada dia (16/05) no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que Workshop Internacional discute Campanha Científica que avaliará Impactos da poluição na Chuva da Amazônia.

Duda Falcão

Workshop Internacional Discute Campanha
Científica que Avaliará Impactos da
Poluição na Chuva da Amazônia

Sexta-feira, 16 de Maio de 2014

Na próxima semana, entre os dias 19 e 22, será realizado o workshop ACRIDICON-CHUVA, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), reunindo pesquisadores brasileiros e estrangeiros, principalmente da Alemanha, para discutir o planejamento de uma campanha científica que será realizada em setembro e outubro deste ano na região amazônica. A campanha abrange medidas em solo e aéreas com sobrevoos diários, durante um mês, de aeronaves no entorno de Manaus, arco do Desflorestamento (Porto Velho, Alta Floresta, etc.) e regiões de queimadas. A campanha fará medidas para avaliar impactos da poluição urbana e de queimadas (aerossóis) no ciclo de vida de nuvens e na formação de nuvens de tempestades na região amazônica.

A campanha ACRIDICON (Aerosol, Cloud, Precipitation, and Radiation Interactions and Dynamics of Convective Cloud Systems) faz parte de um programa mais amplo, o GoAmazon, cujos experimentos estão em operação desde o início deste ano. O objetivo do programa é compreender melhor os impactos da poluição atmosférica de Manaus e de queimadas no sistema tropical amazônico e suas possíveis influências no clima regional e global.

O GoAmazon está programado para durar dois anos, devendo encerrar suas atividades no final de 2015. O programa é composto por duas campanhas científicas intensivas, que fazem uso de aeronaves para medidas de parâmetros atmosféricos e de poluição urbana e de queimadas. Participam e apoiam este grande esforço de pesquisa diversas instituições científicas brasileiras e estrangeiras (INPE, INPA, DCTA, USP, UEA, Instituto Max Planck, Universidade de Leipzig) e agências de fomento e apoio à pesquisa (FAPESP, FAPEAM, DLR, da Alemanha, e Departamento de Energia –DOE – dos Estados Unidos), reunindo mais de 100 pesquisadores.

A primeira campanha de medidas intensivas na região foi realizada entre os meses de fevereiro março, durante a estação chuvosa. Foram coletados dados de química da atmosfera e parâmetros meteorológicos no entorno da região metropolitana de Manaus, com equipamentos em solo, instalados em diferentes locais, e a partir de sobrevoos diários da aeronave científica Gulfstream-1, do Departamento de Energia (DOE), dos Estados Unidos.

Durante o workshop ACRIDICON-CHUVA, a ser realizado semana que vem no INPE, será finalizada a programação da segunda campanha intensiva na região, que terá a participação de duas aeronaves científicas: Gulfstrem-1, do DOE, e HALO (High Altitude and Long Range Research Aircraft), da Alemanha. O experimento será realizado durante a estação seca da região amazônica, quando também ocorrem chuvas intensas, mas em menor quantidade.

Segundo Luiz Augusto Machado, pesquisador do CPTEC/INPE, coordenador do Projeto CHUVA e da parte brasileira do ACRIDICON, voos simultâneos estão programados para medidas de plumas de fumaça e nuvens convectivas, com o intuito de avaliar os efeitos de partículas e aerossóis originados das queimadas e da poluição urbana sobre as propriedades microfísicas, químicas e radiativas das nuvens de tempo bom e de tempestades.

Em solo, estão montados e em operação, desde o início do ano, um radar de alta resolução para medidas de diversos parâmetros do interior das nuvens e diversos equipamentos que integram o Projeto CHUVA.O objetivo específico deste projeto, que conta com o apoio da FAPESP e a coordenação do CPTEC/INPE, é compreender os regimes de chuva do país, já tendo passado por seis regiões brasileiras diferentes. O SOS Chuva Manaus, componente deste projeto, desenvolvido para prever e monitorar chuvas, vem sendo utilizado na logística das campanhas intensivas do GoAmazon, mantendo-se aberto a qualquer usuário.

No primeiro dia do workshop, dia 19/05, coordenadores e lideranças da campanha científica irão definir os detalhes da logística da ACRIDICON CHUVA que terá a cidade de Manaus como base operacional do experimento. Além dos pesquisadores brasileiros, do CPTEC/INPE e USP, estarão presentes representantes e cientistas da agência espacial alemã (DLR), Leipzig University, Departamento de Energia (DOE), dos Estados Unidos, e do Instituto Max Planck, como Andi Andrea, também editor da Science. Entre os dias 20 e 22, estão programadas apresentações de projetos associados à campanha científica (confira o programa) e sessões irão promover a integração de pesquisadores brasileiros e alemães para dar início a parcerias e trabalhos conjuntos.

Os experimentos do GoAmazon irão compor um grande banco de dados, a partir do qual pesquisas deverão ser realizadas para compreender com maior profundidade como os aerossóis orgânicos e aqueles gerados a partir da poluição urbana, associados aos fluxos de superfície, influenciam os ciclos de vida de nuvens e as chuvas convectivas (intensas e localizadas) e estratiformes (menos intensas e de maior extensão), características da região amazônica. Sabe-se que os aerossóis têm papel central nos processos de nucleação de nuvens e na precipitação, mas pretende-se compreender com maior profundidade os processos e implicações destas partículas na atmosfera amazônica.

A expectativa é de que a melhor representação destes processos químicos e físicos na atmosfera possam trazer avanços à modelagem do clima regional e de cenários globais de mudanças climáticas, tendo em vista os possíveis impactos produzidos no regime de chuvas da Amazônia pelos processos de urbanização e de desmatamento.

Radar de alta resolução faz diferentes medidas do interior das nuvens de tempestades.
Aeronave HALO, da Alemanha, fará medidas das plumas de queimadas e do interior
das nuvens na região amazônica. (Foto: DLR).


Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

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