Nos EUA a SpaceX, no Brasil o Inova Aerodefesa e o "ED"

Olá leitor!

Trago agora para você uma interessante entrevista em vídeo do presidente da empresa americana SpaceX, o Sr. Elon Musk, a bela e graciosa jornalista Michelle Fields da Next Generation TV.

Na entrevista o Sr. Musk (considerado o principal empresário espacial do mundo) fala sobre inovação tecnológica, sobre como planeja enviar milhões de pessoas para colonizar Marte, sobre o futuro da exploração espacial e como fazer negócios na Califórnia (EUA) durante o período de recessão, entre outros assuntos muito relevantes sobre os próximos passos da humanidade no espaço. Vale a pena conferir.

Entrevista do Sr. Elon Musk a jornalista Michelle Fields
TV Next Generation - 15/05/2013

Bom, enquanto nos EUA e no resto do mundo as atividades espaciais seguem em ritmo de corrida, no Brasil, o governo da PresidentA DILMA ROUSSEFF e dos “Companheiros” de plantão lançaram dia (17/05) em São José dos Campos (SP), um edital denominado “Inova Aerodefesa” que tem como objetivo injetar R$ 2,9 bilhões em 4 áreas (aeroespacial, defesa, segurança e materiais especiais) onde três delas são evidentemente de interesse do Programa Espacial Brasileiro.

Completando, vale dizer que as linhas temáticas do programa são aeroespacial (motores e veículos, plataformas e satélites de pequeno porte), defesa (sensores e sensoriamento remoto para defesa), segurança pública (sistemas de informações) e materiais especiais (aplicações diversas, como fibras, carbono e compósitos).

Segundo os comentários de políticos e profissionais do setor, essa iniciativa ajudará a alavancar as atividades nessas áreas do país. Veja abaixo alguns desses comentários:

"Como aeroespacial e defesa são estratégicas para o Brasil, tanto em termos econômicos como de soberania, não podemos ficar defasados tecnologicamente nessas áreas; precisamos ser inovadores", Ministro Marco Antonio Raupp (Folhapress - 17/05).

"Estamos fazendo nossa parte e queremos que as empresas aproveitem esses incentivos, esses mecanismos oferecidos pelo governo. O programa contempla todos os setores estratégicos e além de atender a demanda, investimos em estrutura para amplo desenvolvimento”, Ministro Marco Antônio Raupp (G1 - 17/05).

“Hoje se ganha mercado quando se inova. São José é a grande beneficiada no programa, já que concentramos indústrias do setor de defesa. Vamos colocar toda nossa estrutura para que nossas empresas possam ganhar os projetos”, Carlinhos Almeida, Prefeito da Cidade de São José dos Campos (G1- 17/05).

"A ideia é fomentar a inovação nas empresas da região. São José foi escolhida para o lançamento do Inova Aerodefesa por ser um polo tecnológico nessas áreas", Daniel Colombo, Assessor Especial do Ministro Raupp (Jornal o Vale - 17/05).

"A EMBRAER tem o desenvolvimento de tecnologia e a inovação como um de seus pilares e esse plano pode trazer um ganho muito grande para a indústria aeronáutica”, Mauro Kern, Vice-Presidente Executivo de Engenharia e Tecnologia da EMBRAER (Jornal O Vale - 17/05).

“O programa beneficia as empresas e o nosso desenvolvimento, já que temos uma gama muito grande de temas voltada às áreas críticas de inovação do país”, Glauco Arbix, Presidente do FINEP (G1 - 17/05).

"É interessante porque apresenta várias modalidades de financiamento para o desenvolvimento de novas tecnologias. Nós, por exemplo, temos cinco ou seis tecnologias que podemos encaixar no programa”, Sami Hassuani, Presidente da AVIBRÁS AEROESPACIAL (G1 – 17/05).

"O crédito é fundamental para as empresas que têm projetos e produtos, mas não têm capital. A região vai se beneficiar muito com o edital", Agliberto Chagas, Gerente Executivo do Cecompi - Centro para Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista (Jornal O Vale - 17/05).

"Vamos verificar o edital e ver quais os projetos da AVIBRÁS se encaixam, mas é um programa muito importante", Sami Hassuani, presidente da AVIBRÁS AEROESPACIAL (Jornal O Vale - 18/05).

"A EMBRAER investe muito em pesquisa para o futuro, em tecnologia pré-competitiva. Esse recurso pode fomentar os nossos projetos futuros", Mauro Kern, Vice-Presidente Executivo de Engenharia e Tecnologia da EMBRAER (Jornal O Vale - 18/05).

"Poderemos usar esse programa do governo para complementar a parte produtiva", Graciliano Campos, Presidente da Novaer Craft (Jornal O Vale - 18/05).

"Há muito tempo o setor de defesa e aeroespacial necessitava desse estímulo", Walter Bartels, Presidente da AIAB - Associação das Indústrias Aeroespaciais Brasileiras (Jornal O Vale - 18/05).

Bom leitor, como você mesmo pode notar nos comentários acima dos políticos e profissionais do setor, esse edital será benéfico para o país. Entretanto, um comentário de um leitor anônimo em uma das notas postadas aqui no blog sobre esse assunto me chamou bastante a atenção. O leitor disse:

Infelizmente é fachada. É um meio do Governo passar dinheiro público para poucas empresas de São José dos Campos. Veja a vergonha, que exclui empresas pequenas de participarem a não ser associadas a empresas grandes. É um monopólio descarado isso aí. Vejam a parte do edital, que funciona como mecanismo de exclusão de pequenas e médias empresas.

(Poderão participar do processo de seleção do Inova Aerodefesa empresas brasileiras e/ou grupo econômico brasileiro com Receita Operacional Bruta (ROB) igual ou superior a R$ 16 milhões ou patrimônio líquido igual ou superior a R$ 4 milhões no último exercício, denominadas Empresas Líderes. Estas, poderão se candidatar individualmente ou em parceria, desde que tenham interesse em empreender atividade de produção e comercialização dos produtos ou serviços aderentes às tecnologias relacionadas aos temas. Propostas de empresas com ROB inferior a este limite e de instituições científicas tecnológicas (ICTs) ficam condicionadas à formalização de parcerias com as Empresas Líderes.)”

Ora leitor, evidentemente essa exigência do edital pode impedir que pequenas empresas inovadoras de alta tecnologia (como a AXIS, ARION, ACRUX, AIRVANTIS, EDGE OF SPACE, INOTECH) fiquem de fora desse edital, há não ser que estabeleça acordos com empresas de maior porte. É preciso lembrar que em todo mundo a experiência exitosa existente vem dessas pequenas empresas onde realmente acontecem as inovações tecnológicas nesse setor e não em empresas de médio e grande porte. Mas enfim, é o Brasil mais uma vez tentando reinventar a roda, fazer o que?

Duda Falcão

Comentários

  1. Bom dia Duda,
    Existem outros editais para empresas de pequeno porte, esse programa é o primeiro (não lembro de outro) que beneficia somente as empresas maiores. Concordo que muitas empresas vivem desse dinheiro do governo, visto que não tem necessidade de devolução, mas não são somente as grandes. A falta de comprometimento com o esse dinheiro publico é geral.

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