Brasileiros Colaboram no Envio de Robô à Lua em 2014

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia publicada hoje (18/02) no site do “Jornal do Brasil” destacando que brasileiros colaboram com missão privada alemã que enviará um Rover a Lua em 2014.

Duda Falcão

Ciência e Tecnologia

Brasileiros Colaboram no Envio
de Robô Privado à Lua em 2014

Déborah Salves
Jornal do Brasil
18/02 às 07h44
Atualizada em 18/02 às 07h53



Eles descobriram que podiam mandar um robô próprio para a Lua, e não perderam a oportunidade. Isso foi há cerca de quatro anos, mas Thomas Kunze, um dos nove alemães que iniciaram o projeto Part-time Scientists (cientistas de meio período, em tradução literal), já não lembra exatamente as datas. O grupo de amadores iniciado por Kunze e os amigos cresceu, e hoje inclui mais de 100 pessoas em ao menos 20 países diferentes.

São pessoas como o gaúcho Cláudio Martins e o americano Wesley Faler, que estudam ou trabalham em um período e dedicam o tempo livre à construção do robô para viajar à Lua. Para chamar a atenção dos campuseiros e fazê-los se interessar pela ideia, eles levaram à maior festa geek do planeta um protótipo de testes, que os participantes do evento puderam dirigir.

Rover, como é chamado o autômato,
tem placa solar que captar energia
para autonomia na Lua
O rover, como é chamado em inglês, tem sinal sem fio e pode ser operado a partir de qualquer lugar do mundo. O robô pode andar normalmente para a frente e para os lados, como um carro, e também em círculos. Outro modo de operação faz com que ele se movimente em qualquer direção mas mantendo a placa solar, que capta a energia para movê-lo na Lua, esteja sempre apontada para o Sol.

"A resposta das rodas é rápida, a dificuldade é que o sinal demora 1,5 segundo para ir até a Lua e mais 1,5 segundo para voltar, ou seja, são 3 segundos, tempo suficiente para o rover cair em uma cratera ou bater em algum obstáculo", explica Faler. O "volante", um controle por toque na tela de um tablet, pode ser programado para criar o atraso de resposta artificialmente.

"A versão 3 do rover vai ter uma placa da DLR (agência espacial alemã) e uma nossa, para garantir completa autonomia. Mas o desafio do Google exige que o robô seja controlado por operadores humanos do lançamento até a chegada, e ainda por 500 metros em solo lunar", explica Faler. O "desafio do Google" a que ele se refere é o concurso Lunas X Prize, que vai dar US$ 30 milhões à equipe que conseguir enviar uma sonda particular à Lua até 31 de dezembro deste ano. A expectativa do americano e do fundador alemão da equipe Hell, Yeah, it's Rocket Science é que alguns brasileiros se interessem pelo projeto e se integrem a ele.

Cientista de Meio Período

Faler, o programador da Califórnia, entrou na equipe há cerca de três anos, graças à indicação de um amigo, e veio à Campus Party Brasil, no início do mês, pela primeira vez. "Nem sabia que existia Campus Party, isso aqui é incrível. Nos Estados Unidos, em conferências, vamos de uma palestra para a outra, não temos esse espaço para conversar, trocar conhecimentos. Aqui as pessoas batem no nosso ombro e dizem 'olá'", comenta.

E não é só conversa. Faler e seus companheiros montaram um boot camp, espécie de oficina, que inclui o tema da astronomia e da robótica, entre outros. Lá, os campuseiros puderam conhecer o projeto e colocar a mão na massa. "Notei que no Brasil as universidades dão muita ênfase à teoria, então aqui há um espaço para os estudantes praticarem", diz o americano.

Os cientistas de meio período também aprendem na atividade. "Eu, que sou um dos gerentes, estou aprendendo a coordenar equipes. E também aprendi um pouco sobre eletrônica, que não é muito a minha especialidade", enumera o programador. Além das trocas de conhecimento o grupo também tenta mostrar aos jovens interessados que as tecnologias necessárias ao lançamento de um foguete privado ao espaço ainda estão se formando, e que "este é o momento para quem quer entrar no ramo".

O Hell, Yeah agora está com foco em sensores, por isso esse é o tema central do boot camp. O programador americano explica que há uma "corrida aos asteroides", com grandes empresas interessadas em explorar platina no espaço. "Mas para fazer essa 'mineração espacial' eles precisam de bons sensores para controlar os robôs (que farão a mineração)", continua Faler. A proposta do grupo é fazer um sensor que seja bem mais barato, mas que seja eficiente por causa de "fortes algoritmos e software".


Fonte: Site do Jornal do Brasil - 18-02-2013

Comentários

  1. Creio que a SpaceMeta perdeu um pouco o folego da GLXP, ou não está sabendo publicitar o seu grupo. Sem publicidade se torna difícil destacar o projeto e provavelmente tem perdido mais patrocinadores e fãs. Não sei quais são as perpectivas financeiras do Part-time Scientists, mas estão correndo atrás. Eu mesmo me entusiasmei com o SpaceMeta a principio, no entanto como o silêncio me tem feito desconfiar um pouco das intenções e da animação do grupo.

    Pode ser que eles ainda tenham a maioria do projeto em papel, e nada tão material, como alguns experimentos do Part-time Scientists, mas seria interessante pelo menos apostarem em videos e esquemas do seu projeto, e difundir um pouco mais isso nos mídia. Alguns veículos publicitarão até de graça. Como foi mencionado na nota, perderam uma ótima chance no Campus Party.

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