Projeto Chuva Terá Sistema de Alerta no Vale do Paraíba

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (20/10) no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que campanha científica do “Projeto Chuva” coordenado pelo INPE terá sistema de alerta no Vale do Paraíba.

Duda Falcão

Campanha Científica do Projeto Chuva Terá
Sistema de Alerta no Vale do Paraíba

Quinta-feira, 20 de Outubro de 2011

Os preparativos da campanha do Projeto Chuva, no Vale do Paraíba, estão em curso neste mês de outubro e envolvem a instalação de diversos equipamentos entre o Litoral Norte paulista e o Vale do Paraíba. Neste domingo (23/10), será içado ao topo do prédio do Parque Tecnológico da UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba) o radar de dupla polarização, de última geração, para coleta de dados e monitoramento de chuvas. Outros equipamentos estão sendo instalados em Ubatuba, Caraguatatuba, Paraibuna, Jambeiro, São José dos Campos, Cachoeira Paulista e São Luiz do Paraitinga.

Coordenada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a campanha científica é a quarta de uma série de sete com o objetivo de compreender os diferentes regimes de chuva do País.

SOS Vale do Paraíba

A abertura da campanha será realizada no auditório do Parque Tecnológico da UNIVAP no dia 31 de outubro, segunda-feira, às 14 horas. Os experimentos terão quase dois meses de duração, com encerramento previsto no dia 22 de dezembro. O centro operacional do projeto ficará no Parque Tecnológico da UNIVAP, onde também estará funcionando um moderno e sofisticado sistema de monitoramento de tempo severo, o SOS Vale do Paraíba, que fornecerá monitoramento e previsões de alta qualidade, com resolução de até um quilômetro, capaz de prever chuvas com duas horas de antecedência.

Um sistema geográfico de informações integrado ao radar e a outros equipamentos do projeto irá simular os impactos das chuvas por bairros e ruas, de acordo com a precipitação acumulada. Unidades da Defesa Civil da região e o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), poderão acompanhar e utilizar os produtos do SOS Vale do Paraíba.

Luiz Augusto Machado, pesquisador do CPTEC/INPE e coordenador do projeto, explica que a pesquisa de campo irá cobrir dois eventos meteorológicos típicos na região nesta época do ano. O primeiro deles, a tempestade severa, acompanhada de fortes rajadas de ventos, chuvas intensas, granizo, que costuma provocar grandes estragos, principalmente nos centros urbanos, com destelhamento de casas e alagamentos.

O segundo tipo de chuva é aquela contínua, que permanece por dias seguidos, provocada pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Trazem grandes acumulados em alguns dias, devido à permanência de bandas de nebulosidade que se posicionam entre o noroeste e o sudeste do País, faixa que engloba o Vale e Litoral paulista. As chuvas de ZCAS costumam provocar inundações e deslizamentos de terra, como as de São Luiz do Paraitinga (SP) e Angra dos Reis (RJ), em 2010, e em Teresópolis (RJ), no início deste ano.

Nuvens de Chuva

O projeto definiu sete regiões para a realização das campanhas, que englobam os principais sistemas convectivos do País. Nesta edição, será realizada a campanha Geostationary Lightning Mapper (GLM, traduzida como Mapeador Geoestacionário de Relâmpagos), parceria que envolve o INPE, companhias de energia, NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), EUMETSAT (European Organisation for the Exploitation of Meteorological Satellites) e a Vaisala.

O objetivo do Projeto Chuva é compreender com maior refinamento processos micro-físicos ainda desconhecidos da evolução das nuvens de chuva que ocorrem na escala de alguns quilômetros.

O novo supercomputador do INPE, o Tupã, mais potente que o anterior, trouxe a possibilidade de utilizar modelos numéricos de tempo e clima de maior resolução, com capacidade para descrever processos atmosféricos com maior detalhamento. A expectativa é de que os esforços para transcrever matematicamente os fenômenos observados nos modelos possam gerar previsões mais bem detalhadas, de melhor qualidade e de maior confiabilidade.

Segundo Machado, os resultados da pesquisa irão orientar ainda às especificações de softwares para estimar a precipitação por satélite e radar. Também irá apoiar uma possível participação do Brasil no programa Medidas Globais de Precipitação (http://www.aeb.gov.br/mini.php?secao=gpm) - Global Precipitation Measurement (GPM) -, liderado pelas agências espaciais dos Estados Unidos (NASA) e do Japão (JAXA). Haverá ainda aplicações na pesquisa de mudanças climáticas, com o melhor entendimento dos efeitos dos aerossóis (partículas suspensas na atmosfera de origem natural ou associadas à poluição) na formação das nuvens de chuva.

Já a campanha GLM, de medidas tridimensionais de descargas elétricas, irá contribuir com o desenvolvimento de modelos de estimativa de relâmpagos que serão rodados a partir de dados gerados pela futura geração de satélites geoestacionários da NOAA e da EUMETSAT. Além do radar meteorológico, a campanha utiliza radares de apontamento vertical para medir os perfis verticais das nuvens; Lidar, para particulados na atmosfera; uma rede de GPS, para umidade na atmosfera; radiossondas, para medidas em alta resolução da dinâmica e termodinâmica da atmosfera; disdrômetros, para medir os tamanhos das gotas de chuva; pluviômetros, para quantificar as chuvas; uma torre de medidas dos fluxos na superfície; e radiômetro de microondas, para quantificar a água líquida das nuvens.

Colaboração

O Projeto Chuva é coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Participam cerca de 50 técnicos, engenheiros, pesquisadores, meteorologistas, entre outros especialistas do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do INPE, IAG/USP, IAE e IEAv, do DCTA, NOAA e EUMETSAT e a empresa Vaisala. O Instituto de Geociências da UFRJ também está colaborando com a promoção do curso voltado a alunos de graduação que antecede em uma semana o início da campanha científica.

Mais informações sobre o Projeto Chuva podem ser conferidas na página http://chuvaproject.cptec.inpe.br/portal/br/. Informações sobre o experimento no Vale do Paraíba estão disponíveis no link “experimentos”, opção CHUVA-GLM-Vale do Paraíba.

O mesmo radar do Projeto Chuva, em Belém (PA),
será instalado na UNIVAP neste domingo (23/10)


Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

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