Notas Sobre o Congresso Latino-Americano de Satélites

Olá leitor!

Segue abaixo mais uma interessante nota postada hoje (11/10) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski, onde o mesmo nos trás mais algumas informações sobre o que aconteceu durante a realização do “Congresso Latino-Americano de Satélites - 2011”.

Duda Falcão

Notas Sobre o Congresso
Latino-Americano de Satélites

André Mileski
11/10/2011

A edição de 2011 do Congresso Latino-Americano de Satélites foi prestigiada por vários executivos de indústrias espaciais estrangeiras com negócios no País. Marzio Laurenti, presidente da Telespazio Brasil, realizou no primeiro dia uma apresentação sobre aplicações de imagens de observação terrestre. Da Astrium, estavam presentes Jean-Noel Hardy, responsável por desenvolvimento de negócios da empresa na América Latina, Pierre Duquesne, da Astrium GEO-Information Services, além de executivos da Astrium francesa e da Paradigm, empresa de serviços de comunicações por satélite.

Arianespace

Quem também esteve no Rio de Janeiro para o congresso foi Jacques Breton, vice-presidente sênior de vendas e clientes da Arianespace. Acompanhado por Jacques Mercier e Jacques Fremau, representantes da empresa europeia no Brasil, Breton fez contatos com clientes e parceiros. Jacques Breton, que é fluente em português, também participou da entrega do Prêmio Talento SSPI 2011, da Society of Satellite Professionals International (SSPI) Brasil, ao lado de Jacques Mercier e sua esposa, Marie Annick Mercier. O primeiro colocado ganhou uma viagem para assistir a um lançamento em Kourou, na Guiana Francesa.

Thales Alenia Space

Laurent Mourre, diretor geral da Thales no Brasil, parece ter definitivamente assumido as rédeas da Thales Alenia Space (TAS), joint-venture da companhia francesa com o grupo italiano Finmeccanica na área de satélites, no País. Desde dezembro de 2010, com a saída do executivo Bruno Parenti, a Thales Alenia Space está sem executivos baseados no Brasil. Parenti, que em sua passagem pela TAS atuou em negócios importantes, como os contratos dos satélites Star One C1 e C2 e no programa argentino ARSAT, assumiu em abril desse ano uma posição de desenvolvimento de negócios dentro do grupo europeu EADS, estando baseado em São Paulo.

Contrato do Star One C4

Segundo Lincoln Oliveira, diretor de engenharia da Star One, a aquisição do satélite Star One C4, assim como a contratação de seu lançamento, devem ser concluídos até o final desse mês. O executivo, porém, não confirma a informação de que a operadora está em negociações exclusivas com a Space Systems/Loral, dos EUA, conforme revelado pelo blog em meados de agosto.

Semelhanças com o Brasilsat A1

Um comentário interessante, feito ao blog por duas pessoas durante o evento: a compra do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) tem muitas semelhanças com a aquisição do Brasilsat A1, o primeiro satélite geoestacionário brasileiro, na década de oitenta. Assim como o SGB, o Brasilsat A1 foi contratado pela então estatal Embratel com prazos bastante rígidos para seu lançamento. Deveria ser colocado em órbita até 1985, antes do término do mandato do presidente João Figueiredo. O que de fato ocorreu, em 8 de fevereiro de 1985.

ACS Avançando

Em sua apresentação, Sergiy Guchenkov, da binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), exibiu algumas imagens das obras de infraestrutura no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, além de sistemas de solo e do próprio Cyclone 4 em montagem, indicando que a binacional está "decolando". No final de setembro, as obras em Alcântara foram visitadas por uma delegação militar ucraniana, chefiada pelo ministro da Defesa, Mykhailo Yegel. O blog espera em breve reproduzir algumas imagens do estágio atual das obras.


Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski

Comentário: Dois pontos dessa nota do companheiro Mileski gostaríamos de destacar por considerarmos importantes. A primeira dela é lembrança salutar de que o cronograma de desenvolvimento e lançamento do satélite Brasilsat A1 foi cumprido à risca pela empresa contratada pelo então governo do ex-presidente João Figueiredo. Esse fato por mais incrível que possa parecer não nos surpreende, já que contribui com a crença de parte do historiados de hoje (entre eles o meu irmão) de que na época da ditadura militar a máquina política/administrativa era mais eficiente e menos corrupta do que é hoje a máquina política/administrativa dos governos civis. O outro ponto que gostaria de destacar, é a informação que indica que as obras de infraestrutura do sítio de lançamento do Cyclone-4 continuam a todo vapor, já que essas obras segundo o acordo cabe ao Brasil. Ora, se assim for, isso significa que o governo brasileiro continua injetando verbas na ACS, o que me faz questionar se o governo ucraniano através do seu Ministério da Defesa cumpriu a promessa feita pelo seu ministro da Defesa, Mykhailo Bronislavovych Yezhel (quando de sua recente passagem pelo Brasil) de que liberaria agora em outubro US$ 250 milhões (veja a nota: "Ministro da Defesa da Ucrânia Garante US$ 250 Milhões"), ou continuamos fazendo o papel de otário? Acho que todos nós conhecemos a resposta, né verdade?

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