NASA Apresenta seu Novo Sistema de Vôos Tripulados

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada ontem (14/09) no site do jornal “O Estado de São Paulo” destacando o novo Sistema de Lançamento para Missões Tripuladas da NASA.

Duda Falcão

Ciência

NASA Apresenta Novo Sistema de
Lançamento para Missões
Tripuladas ao Espaço

O sistema de lançamento espacial foi projetado para
levar o veículo de carga e tripulação Orion Multi-Purpose
Crew Vehicle a novos destinos no espaço profundo

Com informações da Dow Jones
14 de setembro de 2011 | 12h 58

estadão.com.br e Efe

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WASHINGTON - O diretor da NASA (agência espacial americana), Charles Bolden, apresentou nesta quarta-feira, 14, o novo sistema de lançamento espacial que permitirá a realização de vôos tripulados além da órbita terrestre baixa, como os feitos até agora, e chegar em um futuro a Marte.

O sistema de lançamento espacial (SLS) foi projetado para levar o veículo de carga e tripulação Orion Multi-Purpose Crew Vehicle a novos destinos no espaço profundo, e servirá como apoio para as naves de transporte comercial que farão vôos à Estação Espacial Internacional (ISS).

O aparelho terá uma capacidade inicial de 70 toneladas - que serão ampliadas a 130 - e utilizará hidrogênio e oxigênio líquidos como combustível.

Programa de foguetes foi orçado em US$ 35 bilhões e tem ambição de explorar o espaço profundo, levar astronautas a asteróides e, talvez um dia, a Marte. O projeto vem à tona após meses de disputas políticas e de debates internos na Casa Branca por conta do elevado orçamento do projeto.


O novo projeto de foguetes da NASA "representará a pedra angular da exploração humana do espaço profundo pelos EUA e será capaz de dar continuidade à liderança norte-americana no espaço sideral", afirmou Charles Bolden, diretor-geral da NASA, cercado por um grupo de congressistas no Capitólio.

O anúncio feito por Bolden dá início aos esforços da administração Barack Obama para impulsionar um novo programa de exploração do espaço em um momento de crescente preocupação com o déficit do governo federal.

A expectativa é de que o primeiro teste não tripulado do novo programa ocorra em 2017, com o primeiro vôo tripulado previsto para 2021. Os novos foguetes terão mais de cem metros de altura e usarão inicialmente os motores de combustível sólido usados nos ônibus espaciais, aposentados há apenas alguns meses, mas depois passarão a usar combustível líquido.

"O presidente Obama nos desafiou a sermos ousados e a sonharmos alto", disse Bolden, um ex-astronauta. "Os exploradores do futuro agora podem sonhar em um dia caminhar em Marte."


A NASA já havia anunciado em maio o sistema que levará o homem para o espaço além da região da órbita terrestre baixa e que será levado para fora da órbita terrestre pelo SLS. A nave, chamada Multi-Purpose Crew Vehicle (MPCV ou Veículo de tripulação para diversas finalidades), tem design baseado na nave Orion, planejada como sucessora original dos ônibus espaciais no programa Constellation.

O MPCV é capaz de transportar quatro astronautas para missões de 21 dias e em seu retorno faria a aterrissagem no oceano pacífico, próximo à costa da Califórnia. Ela também é desenvolvida para ser 10 vezes mais segura que os ônibus espaciais durante o lançamento e o retorno à Terra.

Após a retirada das naves, de 30 anos de serviço, os Estados Unidos ficaram sem um veículo próprio para viajar à ISS e dependendo das naves russas Soyuz, que realizam várias viagens por ano para levar oxigênio, combustível, alimentos e diversos equipamentos.

Enquanto isso, nos EUA começou a corrida espacial privada e 10 empresas disputam para ser a primeira a desenvolver um veículo alternativo privado. Uma delas é SpaceX, cuja cápsula Dragon, deve fazer um vôo de demonstração em novembro, com uma carga de 800 quilos, segundo lembrou Suffredini. "Nosso desejo é ter um veículo de carga americano o mais rápido possível, após a retirada das naves".



Fonte: Site do Jornal O Estado de São Paulo

Comentário: Bom, em nossa opinião puro marketing, e também uma jogada política que a NASA encontrou para dar uma resposta a opinião pública americana e ao mesmo tempo desenvolver uma plataforma mais barata e tecnologicamente disponível aliada a veículos que poderão ser úteis após 2030. Na verdade, em outras palavras, a NASA ganha com esse anuncio o tempo que necessita para desenvolver as tecnologias de propulsão (entre outras) que serão necessárias para o vôo tripulado após a órbita lunar. Nessa concepção apresentada, à cápsula Orion não poderia ser utilizada para um vôo tripulado além da órbita da Lua devido a sua propulsão química e a direção da NASA sabe muito bem disso. Explico: O conhecimento humano sobre o espaço interplanetário (espaço entre planetas) é ainda insignificante, o que aumenta exponencialmente os riscos para os astronautas, caso seja adotado esse tipo de propulsão numa eventual viagem a Marte ou mesmo ao Cinturão de Asteróides, já que devido ao baixo empuxo proporcionado por esses motores o período de tempo que os astronautas seriam obrigados a permanecer nesse ambiente torna essa jornada tremendamente arriscada.  Até bem pouco tempo atrás se acreditava ser possível uma viagem a Marte com a tecnologia de propulsão disponível num período de aproximadamente dois anos entre a viagem de ida, o tempo de permanência na superfície do planeta e a viagem de volta. Crença essa que até motivou uma missão simulada que esta sendo atualmente conduzida entre a Rússia e a ESA (MARS 500). Entretanto, estudos recentes demonstram que qualquer viagem que ultrapasse os 42 dias de exposição dos astronautas no espaço interplanetário duplica os riscos dos mesmos acabarem virando múmias espaciais. Em outras palavras, propulsão química é página virada para esse tipo de viagem. Assim sendo, a NASA vem apostantando em diversos meios de propulsão mais eficientes e adequados para essa viagem e os dois mais promissores são o de Propulsão a Plasma e o de Propulsão Nuclear. Inclusive um motor a propulsão a plasma (ou iônica) será testado em 2014 por uma empresa de origem costa-riquenha e americana chamada Ad ASTRA, que se for bem sucedido, poderá ser o caminho adotado pela NASA. Porém, em minha modesta opinião pessoal, o motor que levará o homem a Marte e ao Cinturão de Asteróides após 2030 será nuclear, e será fruto do acordo recentemente assinado entre a NASA e a ROSCOSMOS.

Comentários

  1. ola pessoal do BS, eu gosto muito do site de vcs; mas gostaria muito q vc me dessem os links onde dissem q a propulsao quimica é pagina virada. eu gosto muito da tecnologia espacial, mas alem do fato das pesquisas levadas por sergei korolev e pelo von braw na epoca da guerra fria sobre propulsao nuclear, nao sei mais nada.
    tbm queria muito saber um pouco sobre a propulsao ionica, como ela funciona, como ela pode ser construida, e se a energia atravez de placas solares vai ser abandonada de uma so vez.
    ficarei muito grato, abraços.

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  2. Olá Tassio!

    Valeu pelo contato. Olha, não existe necessáriamente um site especifico que diga que a propulsão quimica é pagina virada. Isso é uma opinião nossa, pois com esse tipo de motores jamais colonizaremos o espaço pelas questões que já coloquei em meu comentário. Quanto a propulsão iônica, (a plasma) é só você procurar no google, que você vai encontrar um vasto material. Procure pela empresa Ad ASTRA que esta desenvolvendo o motor a plasma VX100 (acho que é assim o seu nome) que será testado em vôo em 2014 e é uma das novas apostas na NASA, tá ok?

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. ola duda, muito obrigado pela resposta clara e rapida.
    eu tenho ca minhas duvidas, mas devo concordar q um voo com esse tipo de lançador ate marte, hoje, é de fato impensável. ja o era na decade de 60.
    pode deixar q vo dar sim uma pesquisada.
    abraços a ti e ao pessoal do blog, é um otimo trabalho.

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  4. Olá Tassio!

    Não há de que amigo, estamos aqui para isso.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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