Câmara Deixa Direção do INPE

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada dia (18/08) no jornal “O VALE” dando destaque a notícia da saída do Gilberto Câmara da direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Duda Falcão

REGIÃO

Câmara Deixa Direção do INPE

Desde 2005 no cargo, pesquisador deixa comando do
instituto em dezembro e se diz frustrado por não cumprir metas

Filipe Manoukian
São José dos Campos
19 de Agosto de 2011 - 04:21

Thiago Leon

Frustrado por não cumprir sua principal promessa, de recompor o quadro de servidores, e sob pressão política, o diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Gilberto Câmara, deixa o cargo até o final deste ano, dois anos antes do previsto em mandato.

O pesquisador, que está desde dezembro de 2005 à frente do instituto com sede em São José, comunicou seu afastamento ao ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, em audiência na última semana. O pedido foi aceito.

Em carta na qual comunicou a saída a membros da comunidade científica, Câmara afirmou estar “desgastado” e “frustrado”, “por não ter conseguido resolver nossa principal necessidade: renovar o quadro de pessoal”.

Além disso, no começo deste mês, houve uma rusga entre Câmara e o diretor da AEB (Agência Espacial Brasileira), Marco Antonio Raupp. Enquanto Câmara adotou um posicionamento contrário à fusão do INPE com a AEB, nas festividades de 50 anos do INPE, temendo o esvaziamento do instituto, Raupp defendia a reestruturação.

Em carta enviada ontem de Pequim (China), Câmara negou que a divergência com Raupp tenha contribuído para a sua decisão. “Minha saída do INPE se deve à exaustão causada pela luta diária com uma legislação e com estruturas institucionais totalmente inadequadas a instituições de C&T.”

Avaliação - A rusga, no entanto, teria sim antecipado a saída. “Certamente as questões políticas envolvendo a disputa de espaços de poder também influenciaram nesta decisão”, afirmou o diretor do Sindicato dos Servidores Federais de C&T do Vale, Gino Genaro.

Genaro disse ainda que a gestão de Câmara foi marcada por “altos e baixos”. “Se, por um lado, ele reforçou a atuação do INPE como um órgão voltado eminentemente para a área ambiental, por outro lado, há a clara percepção que a área tecnológica, em particular a engenharia espacial, foi relegada a segundo plano”.

Contudo, “o grande passivo da administração de Câmara”, segundo Genaro, “foi o fato de não ter conseguido aquilo a que sempre se propôs desde que tomou posse, a abertura de vagas”. O próprio Câmara reconhece defasagem de 600 servidores na instituição.

Troca - Ontem, o secretário Executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Antonio Elias, desmentiu pressão sobre Câmara e afirmou que “será difícil encontrar um nome à altura dele”. “Vamos instituir nesta semana ou na próxima o Comitê de Busca para encontrar novo nome.”

O grupo será formado por cinco especialistas, que indicarão lista tríplice ao ministro em três meses. Caberá a Mercadante definir o novo diretor.

Elias disse ainda que finaliza negociação junto ao Ministério de Planejamento para liberar concurso público que contemplará o INPE.

ENTENDA O CASO

Rusga

Câmara e Raupp, diretores do INPE e da AEB, respectivamente, entraram em divergência neste mês quanto à fusão das duas instituições.

Frustração

O diretor do INPE também vivia sob pressão de não conseguir cumprir sua principal promessa ao assumir a gestão do INPE --a recomposição de pelo menos 600 funcionários.

Abandono

A soma dos fatores culminou num pedido de saída de Câmara do INPE. Ele deve deixar o cargo até dezembro.

Jornal 2ª Edição" da TV Vanguarda - 18/08/2011


Fonte: Site do jornal “O VALE” - 19/08/2011

Comentário: A meu ver não houve rusga nenhuma, houve sim discordâncias e não com o Raupp e sim com a falta de atitude do governo em resolver os problemas que afligem o Programa Espacial Brasileiro. É inadmissível se colocar dinheiro num acordo furado como esse da ACS, enquanto projetos e programas brasileiros ficam mendigando por recursos, é inaceitável e injustificável a demora de se resolver o problema da extrema necessidade de contratação de novos servidores, tanto para o INPE, como para o DCTA/IAE, e tantos outros problemas estruturais que o PEB passa por causa da inércia do governo. O Câmara briga por isso desde que assumiu a direção do INPE em 2005 e só ouviu promessas de menestréis travestidos de paletó tipo italiano. Em minha opinião a paciência dele para com esses de...loides foi além do que deveria, e a verdade é que o PEB perde um grande profissional e certamente será colocado um outro que mesmo que tenha competência, estará podado pela inércia e pela falta de atitude desses de...loides. Lamentável!

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