"Precisamos de um Satélite Só Nosso"

Olá leitor!

Segue abaixo uma pequena entrevista com o pesquisador Carlos Nobre postada dia (04/02) pelo site da Revista “ISTOÉ Independente” onde o mesmo diz que o Brasil precisa de uma satélite meteorológico próprio.

Duda Falcão

Tecnologia & Meio Ambiente
Inundação

"Precisamos de um Satélite Só Nosso"

Para cientista responsável por novo sistema de
prevenção de desastres, só investimento no médio
prazo pode evitar as tragédias de verão

André Julião
INTOÉ Independente
04/02/2011 - 21:00
Atualizado em 07/02/2011 - 10:17

São Paulo será uma das primeiras cidades
a receber o sistema de prevenção de desastres

O climatologista Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi convocado para uma missão estratégica. Ele vai coordenar o Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais, que deve funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano e contará com previsões climáticas e o treinamento da população em áreas de risco para evitar tragédias como as que acometeram a região serrana do Rio de Janeiro, no começo do ano. À ISTOÉ, Nobre dá detalhes do sistema e fala da importância de um satélite nacional para melhorar as previsões.


ISTOÉ – A falta de um satélite brasileiro prejudica o funcionamento do sistema?

Nobre – O Brasil tem que se planejar para ter um satélite meteorológico geoestacionário (que fica “estacionado” sobre o território) nosso, para melhorar a capacidade de detectar o que muda na atmosfera. Atualmente, usamos um satélite americano e um europeu. Eles fornecem esse tipo de informação, mas o Brasil não os controla. Precisamos de autonomia.

ISTOÉ – Qual o problema em usar os satélites estrangeiros?

Nobre – Hoje não acontece, mas já ocorreu no passado, na época em que havia muitos furacões nos EUA. Era só um dos dois satélites americanos parar de funcionar e eles viravam a câmera do que estava parado sobre o Brasil para o Caribe. O resto do mundo recebia uma imagem dele a cada três horas. É preciso tê-las a cada dez, 15 minutos para acompanhar o movimento rápido das nuvens. O Brasil é tão grande e diverso que justifica ter um satélite nacional. Mas não é algo que se consiga implantar em curto prazo.

ISTOÉ – Uma possível mudança no Código Florestal vai na contramão desse sistema?

Nobre – As áreas que foram ocupadas de forma irregular representam muito perigo. A floresta protege o solo e funciona muito bem para diminuir o risco de deslizamentos e inundações. Mas mesmo o código vigente não é adequado para proteger áreas expostas nas cidades. Ele tem princípios de proteção da água, do solo e da biodiversidade, mas nada sobre a proteção da vida humana.

ISTOÉ – Por que o sistema só vai estar pronto em 2015?

Nobre – A proposta é começar o processo de implantação gradativa do sistema, começando com municípios que possuem um mapeamento bom ou excelente das áreas de risco – e já são muitos. São Paulo e Rio são dois deles e já vão colher resultados antes de novembro. Gradativamente, faremos o ma¬peamento detalhado das outras áreas. Dentro de quatro anos, esperamos ter alcançado 500 municípios.


Fonte: Site da Revista ISTOÉ Independente - 04/02/2011

Comentário: Veja você leitor que o climatologista Carlos Nobre discretamente disse o que precisa ser dito. O Brasil precisa do seu satélite meteorológico próprio. Já se sabe disso há anos e o governo não toma providência. Agora cria esse sistema de alerta que ajuda, mas não resolve o problema. Vai haver mais mortes, é só esperar para ver. Aconselho aquelas pessoas que moram em áreas de risco e que tenham condições de sair que saiam e mesmo aquelas que não têm, arrumem um jeito de ir embora, pois não se pode confiar no governo que temos, e quem realmente sabe o valor de sua vida é quem desfruta dela.

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