ITA: O Berço da Indústria Aeroespacial Brasileira

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada na edição de janeiro de 2011 da revista “AEROVISÃO” da Força Aérea Brasileira (FAB) destacando o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) como o berço da “Indústria Aeroespacial Brasileira”.

Duda Falcão

Instituto Tecnológico de Aeronáutica:
O Berço da Indústria Aeroespacial Brasileira

ITA prepara engenheiros para áreas
estratégicas de tecnologia
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) é uma instituição universitária especializada na área aeroespacial e referência em pesquisa tecnológica no país. Localizado em São José dos Campos (SP), oferece cursos de graduação em seis especialidades de engenharia: aeronáutica, civil (aeronáutica), computação, mecânica (aeronáutica), eletrônica e aeroespacial. Possui ainda cursos de mestrado e doutorado e de extensão universitária.

Criado em 1950, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica formou mais de 5 mil engenheiros, a maioria deles nas áreas de engenharia aeronáutica e eletrônica.

Os cursos de graduação oferecidos pela instituição duram cinco anos. Os dois primeiros constituem o curso fundamental, comum a todas as especialidades. Os três anos seguintes perfazem o curso profissional. A escolha dessas especializações é feita no momento da admissão, mas é permitida, sob certas condições, troca de especialidade ao término do primeiro ciclo.

Considerado centro de excelência, o ITA reúne os melhores especialistas do mundo acadêmico na área de tecnologia aeroespacial. O quadro de docentes é composto hoje por 181 profissionais, sendo 148 professores, 23 pesquisadores e 10 instrutores. São 130 doutores, 40 mestres e 11 bacharéis.


Fique por Dentro:

Engenharia Aeronáutica é a mais concorrida

Dos candidatos, um terço fez curso preparatório

Em 2010, a média de corte foi de 6,65

Média dos candidatos Convocados

Prova Média

Física 6,78
Português 6,78
Inglês 7,32
Matemática 7,61
Química 7,37
Média Geral (sem inglês) 7,05

Em 2008, o ITA foi considerado a melhor instituição pública de ensino superior do país, segundo avaliação do Ministério da Educação, pelo desempenho obtido no Índice Geral de Cursos (IGC). O indicador atribuiu notas às faculdades e universidades do país, públicas e privadas, levando em consideração a qualidade dos cursos de graduação e de pós-graduação. Apenas 21 entre 2 mil instituições de ensino superior existentes no país obtiveram nota máxima nessa primeira avaliação. O ITA é o único no país cujos formandos obtiveram o conceito “A” em todos os cursos, em todas as edições do Exame Nacional de Cursos, o Provão.

Nas edições do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), o ITA também é destaque e as especialidades de graduação estão entre as mais bem conceituadas no Brasil.

Laboratório do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial

Ao ingressar no ITA, todos os alunos são matriculados no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da Aeronáutica de São José dos Campos (CPORAer-SJ), concomitantemente com o primeiro ano fundamental do ITA. Ao final deste ano, são declarados aspirantes-a-oficial da reserva da Aeronáutica. Ao concluir o segundo ano, o aluno civil pode optar pela carreira militar no Quadro de Oficiais Engenheiros da Aeronáutica.

Durante o curso, os alunos têm à disposição várias atividades extracurriculares para o aprimoramento da formação acadêmica. Na área científica, por exemplo, participam da Olimpíada de Física, destinada a alunos do curso fundamental. Semanas culturais e modalidades esportivas fazem parte do programa de trabalho.

No vestibular de 2010, foram oferecidas 130 vagas e o número de candidatos inscritos chegou a 6,5 mil, sendo que 40,7% deles optaram pela carreira militar.

Saiba mais sobre os critérios de idade nos editais dos vestibulares divulgados pelo ITA.

ENGENHARIA AERONÁUTICA

Engenheiro em trabalho no túnel de
vento em São José dos Campos (SP)
É a área da engenharia que se ocupa do projeto, fabricação e manutenção de aeronaves e do gerenciamento de atividades aeroespaciais.

O engenheiro aeronáutico atua no projeto e na construção de aviões, helicópteros, foguetes e satélites. É responsável também pelo processo de manutenção, pela realização de reparos e pelas inspeções periódicas dos motores, da estrutura e de suas partes, como asas e fuselagem. Cuida também dos sensores e instrumentos de controle.

A formação recebida no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) permite ao futuro profissional o desenvolvimento de habilidades para o projeto, construção e manutenção de aeronaves, assim como para liderar pesquisas tecnológicas e científicas. “Normalmente os alunos têm aulas teóricas no período da manhã. À tarde, vão para o laboratório. No último ano, eles fazem um estágio e muitos optam por cursá-lo no exterior. É por este motivo que sempre estamos procurando estabelecer convênios com escolas de ponta na Europa”, explica o coordenador do curso, Flávio Luiz de Silva Bussamra.

O aluno Jardel Pereira Correa Peres afirma que a engenharia aeronáutica traz grandes desafios. “Antes de iniciar o ciclo profissional não tinha idéia de como era o curso, mas na primeira aula me identifiquei. É uma carreira muito versátil. Depois de formado tenho a intenção de trabalhar na área de pesquisa e acredito que aqui na Força Aérea terei um campo extenso para desenvolver essa atividade.”

O Curso

O curso forma profissionais com profundos conhecimentos teóricos e práticos em projeto e construção de aeronaves. Ao longo de cinco anos, o aluno estuda aerodinâmica, estruturas, motores e turbinas, mecânica do vôo, eletroeletrônica, além de desenvolver projetos de aviões.

Áreas de Atuação

O profissional trabalha em diversas áreas do setor de aviação, públicas e privadas. O campo em que atua abrange as indústrias do setor aeroespacial e de defesa, principalmente as fábricas de aviões e helicópteros. Outras importantes oportunidades estão em empresas de transporte aéreo (de passageiros ou de cargas), empresas de manutenção de aeronaves, fabricantes de peças aeronáuticas e de consultoria.

ENGENHARIA AEROESPACIAL

Experimento com motor de foguete
movido a combustível líquido
É um curso de formação de recursos humanos baseado nas engenharias mecânica, aeronáutica e eletrônica com ênfase voltada para navegação, guiamento, propulsão, aerodinâmica e eletrônica para aplicações espaciais.

O profissional recebe conhecimento para atender a demanda de mão-de-obra em áreas críticas do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). O engenheiro desse ramo atua em projetos voltados para a fabricação de satélites, lançadores de foguetes e para tecnologias de interesse da defesa nacional.

Segundo o coordenador do curso, Ezio Castejon Garcia, o mercado de trabalho para este profissional é vasto, pois o engenheiro aeroespacial poderá atuar em diversas áreas, graças a sua formação lastreada pelas engenharias mecânica, eletrônica e aeronáutica. “O engenheiro aeroespacial terá capacitação para atuar e gerenciar grandes projetos onde estas três modalidades de engenharia estão inter-relacionadas, o que é muito comum.”

Dentro do PNAE, o engenheiro pode trabalhar em institutos de pesquisa civis e militares, como no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no desenvolvimento de satélites, no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), no desenvolvimento de foguetes e lançadores de satélites, e no Instituto de Estudos Avançados (IEAV), os dois últimos ligados ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica. Outra área de atuação é a indústria aeroespacial brasileira.

O Curso

O aluno terá uma formação fundamental em ciências exatas nos dois primeiros anos. Nos últimos três, terá contato com as matérias profissionais, na área de engenharia aeroespacial. Todos estes anos em período integral com aulas de teoria, de laboratório e estágio supervisionado, além de visitas técnicas aos institutos de pesquisa e indústria.

Áreas de Atuação

O engenheiro aeroespacial atua em projetos envolvendo propulsão, aerodinâmica, telecomunicação, navegação, guiamento, estruturas, materiais e processos, engenharia de sistemas, gestão e garantia do produto, campos de lançamento e rastreio, dinâmica do vôo orbital, computação, ensaios e sistemas elétricos.

ENGENHARIA CIVIL-AERONÁUTICA

O profissional atua na ampliação e manutenção
da infraestrutura aeroportuária
É o ramo destinado à concepção, planejamento, projeto, construção, manutenção, operação e administração de grandes obras de engenharia e, em particular, de complexos aeroportuários e planejamento do transporte aéreo.

O engenheiro civil-aeronáutico é responsável por conceber, projetar e implantar aeroportos e heliportos, além de planejar e analisar o transporte aéreo e subsidiar o controle e o gerenciamento do tráfego aéreo. Também pode atuar na implantação e gerenciamento de centros de lançamento de foguetes.

“Esse profissional é um engenheiro generalista e com visão sistêmica e multidisciplinar no campo de atuação profissional da engenharia civil”, afirma o coordenador do curso, Eliseu Lucena Neto.

Curso – É baseado em duas etapas. A fundamental, comum a todos os alunos do ITA é realizada nos dois primeiros anos de curso. A segunda, nos três últimos anos, foca as disciplinas profissionais, tais como edificações, geotecnia, hidráulica e transporte aéreo, dentre outras.

Áreas de Atuação – Empresas de projeto, de consultoria, de construção civil, de transporte aéreo, órgãos governamentais dos setores aeronáutico e aeroespacial, de ensino e pesquisa, dentre outros.

ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO

O engenheiro desenvolve computadores,
periféricos e sistemas
O engenheiro dessa área projeta e desenvolve computadores, periféricos e sistemas que integram hardware e software. O profissional desenvolve programas para a automação e integração de sistemas, gerencia e analisa projetos de hardware e software, além da manutenção de sistemas computacionais e do desenvolvimento de métodos e técnicas de controle e de automação industrial, comercial, empresarial e de comunicação.

Segundo o coordenador do curso, Fábio Carneiro Mokarzel, o mercado para esse tipo de profissional está bastante aquecido, com perspectivas de crescimento. “O grau de empregabilidade dos profissionais é de 100%”, afirma.

Curso – Além da formação básica em eletrônica digital, o curso propicia formação em teoria d computação, engenharia de software e computação científica, dentre outras.

Áreas de Atuação – O engenheiro de computação é habilitado a assumir funções em diferentes níveis, seja de execução, gerenciamento, pesquisa ou direção. Pode atuar em empresas fabricantes de software e hardware, em empresas usuárias de sistemas informatizados (como, bancos), em centros de tecnologia da informação e em instituições de ensino e pesquisa

ENGENHARIA MECÂNICA-AERONÁUTICA

Engenheiros trabalham em projeto de
Veículo Aéreo Não-Tripulado brasileiro
O profissional dessa área é responsável pelo desenvolvimento, projeto, construção e manutenção de máquinas e equipamentos aeronáuticos. O engenheiro mecânico-aeronáutico trabalha em pesquisas, projetos, desenvolvimento, fabricação, gerenciamento e administração de sistemas, dinâmica dos fluídos, transferência de calor e massa, projetos de máquinas e estruturas, mecatrônica, instrumentação, controle, processos de fabricação, materiais (incluindo conjugados), pesquisa operacional, engenharia industrial e administração associada a sistemas mecânicos, aeronáuticos e nucleares.

O aluno precisa estar preparado para uma rotina intensa de estudos. “O sistema do ITA não permite falhas e é preciso estudar continuamente”, afirma Tiago Liberato, aluno de engenharia mecânica-aeronáutica.

Curso – O aluno tem dois anos de disciplinas básicas e mais três com matérias relacionadas a fundamentos de engenharia aeronáutica, técnicas computacionais de projeto mecânico, projeto de sistemas mecatrônicos, administração em engenharia, noções de direito e sistemas de aeronaves.

Áreas de Atuação – O profissional está habilitado a trabalhar em qualquer tipo de indústria, empresas de consultoria e centros de pesquisa.

ENGENHARIA ELETRÔNICA

O engenheiro projeta e desenvolve sistemas,
equipamentos e processos eletrônicos
A engenharia eletrônica é uma especialização da engenharia elétrica. Por eletrônica, entende-se um conjunto de tecnologias usadas na geração, transmissão, captação e processamento de sinais elétricos e eletromagnéticos em geral.

O profissional dessa área projeta e desenvolve sistemas, equipamentos, processos ou dispositivos no campo da eletrônica. O trabalho desse engenheiro envolve aplicações em computadores, automóveis, aviões, satélites, equipamentos médicos, entretenimento, comunicação, dentre outros.

“O aluno precisa gostar de física, especialmente eletricidade, magnetismo e óptica”, afirma o coordenador do curso, Karl Heinz Kienitz.

Curso – É realizado em período integral, com duração de dez semestres. Está dividido em uma parte fundamental com ênfase em ciências exatas, típica de um curso de engenharia, e uma parte diferenciada que contempla a área eletrônica. Além disso, há disciplinas de formação geral (administração, por exemplo) e os alunos participam de estágio em empresas especializadas.

Áreas de Atuação – Podem ser desenvolvidas atividades em aplicações hospitalares, mecatrônicas, de computação, aeroespaciais e de defesa, dentre outras.


Fonte: Revista Aerovisão da FAB - núm 228 - Jan de 2011 - Págs. 34, 35, 36, 37, 38 e 39

Comentário: Apesar leitor de ser em nossa opinião a melhor opção de formação na área aeroespacial como um todo no Brasil, o ITA não é a única universidade que oferece cursos nesta área. Existem cursos na UFMG, na UFABC, na UFSC e a partir de 2012 na UnB. Se você é um jovem em formação interessado em trabalhar neste setor seja bem vindo, o Brasil precisa de você. Chamo atenção do leitor para a foto que acompanha a descrição da profissão de Engenheiro Aeroespacial. Trata-se aparentemente de um teste de um motor-foguete liquido L15 no banco de provas do LPL/APE do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).

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