Odebrecht Costura Parceria ou a Aquisição da Mectron

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada dia (28/01) no Jornal “Valor Econômico” destacando a empresa baiana Odebrecht está costurando parceria ou a aquisição da empresa paulista Mectron Engenharia da área aeroespacial e de defesa.

Duda Falcão

Odebrecht Costura Parceria ou
a Aquisição da Mectron

Virgínia Silveira
Valor Econômico
28/01/2011

O grupo Odebrecht está prestes a concluir um acordo de parceria estratégica com a Mectron Engenharia, uma das mais importantes empresas do setor de defesa brasileiro, fabricante de mísseis e produtos de alta tecnologia para o mercado aeroespacial. A Embraer, segundo fontes que acompanham o processo, também chegou a conversar com a Mectron, com vistas a uma possível parceria, mas a negociação não evoluiu. Procurada, a Embraer não comentou o assunto.

A Odebrecht confirmou que está avaliando a formação de uma parceria estratégica com a Mectron, mas não forneceu detalhes. Em nota, a empresa informou que acredita no bom andamento da negociação e, caso chegue a um acordo, informará os detalhes da operação oportunamente.

No começo da noite, a Mectron também enviou um comunicado, mas se limitou a dizer que mantém negociações visando estabelecer uma parceria com algumas empresas estratégicas do setor. "As negociações estão sendo realizadas em caráter privado, ainda sem definição e estarão sujeitas às aprovações necessárias", informou.

O acordo representa mais uma iniciativa do grupo Odebrecht dentro do objetivo anunciado anteriormente de ampliar sua atuação no mercado nacional e internacional de equipamentos e serviços militares.

Em meados do ano passado, a Odebrecht formou uma joint venture com a europeia Cassidian (antiga EADS Defense & Security), controlada pelo grupo EADS, dono da Airbus. A Odebrecht também estabeleceu uma sociedade de propósito específico (SPE) com a francesa DCNS, no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) para o governo brasileiro. A participação da empresa brasileira na SPE é de 59%.

Segundo fonte do setor, mesmo havendo interesse de outras empresas estrangeiras na Mectron, a empresa decidiu se associar a um grupo nacional, tendo em vista orientação do próprio governo brasileiro. "O Ministério da Defesa está trabalhando em uma nova legislação, que cria a figura da empresa de defesa de interesse nacional, controlada por um grupo brasileiro forte e bem estruturado financeiramente ".

Essa orientação, segundo a fonte, estaria alinhada ainda às diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, aprovada em dezembro de 2008, que prevê a reestruturação da indústria brasileira de material de defesa. "A maioria das pequenas e médias empresas brasileiras do setor, como a Mectron, não tem fôlego para atender as demandas do Plano Nacional de Defesa. O governo está incentivando a criação de blocos de empresas de defesa, com capacidade para fazer investimentos de risco no desenvolvimento de produtos estratégicos de interesse nacional", explicou.

Empresas como a Embraer e a Odebrecht estariam dentro desse perfil buscado pelo governo. "Elas têm tecnologia, capital e capacidade de gestão de grandes projetos. As pequenas e médias empresas não conseguem nem garantias para tomar empréstimos junto ao próprio governo", disse a fonte.

No fim de 2006, a Mectron recebeu aporte de R$ 15 milhões do BNDES, que passou a deter fatia de 27% na empresa. Ela foi criada em 1991, por um grupo de cinco engenheiros oriundos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que adquiriram conhecimento na área de mísseis através de uma experiência no Iraque.

Tornou-se estratégica para as Forças Armadas brasileiras, especialmente a Aeronáutica e o Exército, com o desenvolvimento de mísseis. Hoje, a Mectron trabalha no desenvolvimento conjunto do míssil A-Darter, feito em cooperação com as Forças Aéreas da África do Sul e participação de empresas brasileiras e sul-africanas.

Com cerca de 300 funcionários, a Mectron trabalha ainda no desenvolvimento de um míssil anti-radiação MAR-1, de defesa contra baterias antiaéreas, para a FAB e com fornecimento para o Paquistão. Esse país irá arcar com 50% dos investimentos previstos para a fase de industrialização e logística do míssil. A Mectron também fornece sistemas para satélites do programa espacial brasileiro e o radar de bordo da aeronave militar AMX.


Fonte: Jornal Valor Econômico via NOTIMP da FAB - 29/01/2011

Comentário: O blog “BRAZILIAN SPACE” não tem o costume de divulgar notícias sobre a área de defesa, já que esse não é o nosso tema, no entanto, a Mectron é uma empresa também da área espacial com diversos projetos do PEB em andamento e assim não poderíamos deixar de citar essa negociação em curso com a Odebrecht, seja para uma parceria ou mesmo aquisição da empresa. O que há de se notar aqui que pelo menos a negociação esta sendo realizada entre dois grupos brasileiros, diferentemente ao que tem ocorrido nos últimos anos e também bem recentemente com a venda de empresas brasileiras do setor para empresas estrangeiras. Um verdadeiro absurdo, mas que felizmente como diz o texto da jornalista Virginia Silveira, o governo começar a se movimentar através do "Ministério da Defesa" para criar uma nova legislação que impeça esse tipo de coisa. Já estava virando casa de mãe Joana, onde tudo pode e o único que não manda é o próprio dono. Uma vergonha!

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