IEAv Amplia Capacitação em Sensores Inerciais

Olá leitor!

Segue uma notícia postada hoje (19/10) no site do Instituto de Estudos Avançados (IEAv) destacando que o instituto amplia sua capacitação em "Sensores Inerciais".

Duda Falcão

IEAv Amplia Capacitação em Sensores Inerciais

19/10/2010

No início de 2010 o Instituto de Estudos Avançados iniciou projeto de desenvolvimento de sensores micro-eletro-mecânicos com o Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia (CSEM).

O domínio desta tecnologia permitirá a miniaturização de centrais inerciais e outras aplicações de interesse do COMAER.

Entre as grandes inovações do projeto estão: a alta temperatura de operação e a fusão de lâminas de semicondutores, o que permitirá a operação dos sensores em ambientes altamente hostis, como veículos lançadores, armas inteligentes e poços de petróleo do pré-sal.

Especificamente, o sensor ora em desenvolvimento é um acelerômetro miniaturizado. Estes sensores consistem em pequenas partes móveis fabricadas em semicondutores e acopladas a um controle eletrônico. As dimensões dos dispositivos são da ordem de micrometros a milímetros, dependendo dos graus de estabilidade e sensibilidade desejados.

Para fabricá-los, utilizam-se técnicas de micro e nanofabricação desenvolvidas pela indústria de microeletrônica para a fabricação de circuitos integrados. Na figura ao lado o Cel Av Vilson Rosa de Almeida exibe uma das lâminas fabricadas pela equipe do IEAv, na qual observam-se mais de 80 partes dos sensores.

Na figura abaixo é possível observar tamanho do sensor comparado à cabeça de um palito de fósforo.


Este esforço é financiado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), do Ministério da Ciência e Tecnologia, e o IEAv lidera um grupo de instituições formado ainda pela Universidade de São Paulo e pelo Centro de Tecnologia de Informação Renato Archer.

O Cel Av Carlos Fernando Rondina Mateus, Coordenador-Geral do projeto, afirma que esta mesma tecnologia poderá ser utilizada para fabricar girômetros (sensores de rotação) miniaturizados para centrais inerciais altamente compactas, filtros de radio frequência para operação de radares, e até mesmo controlar superfícies aerodinâmicas em velocidades hipersônicas.

Com isso, o IEAv continua a contribuir decisivamente para propiciar ao País a independência tecnológica em sensores estratégicos.


Fonte: Site do Instituto de Estudos Avançados (IEAv)

Comentário: Grande notícia nos trás hoje o IEAv. O domínio pelo Brasil desses tipos de sensores inerciais é de fundamental importância para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, como também de vários setores da área de defesa e da sociedade civil. Uma vez mais o IEAv demonstra para Sociedade Brasileira "bem informada" o excelente trabalho de vanguarda que vem realizando para o país no cumprimento de sua missão. Avante IEAv, Avante Brasil.

Comentários

  1. Tive que esperar muito para ler notícias assim...

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  2. Pois é Antônio!

    Antes tarde do que nunca, né verdade? Essa notícia em nossa opinião descreve um dos mais importantes avanços que surgiram este ano no país, e esperamos que em breve possamos estar colhendo os frutos deste avanço tecnológico.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Tenho 48 anos de idade (nasci em março de 1962, filho de militar da FAB). Parece que foi ontem (déc 1970) que eu discutia com meu (muito bem informado) primo sobre o grau de avanço tecnológico em nosso País. Ele me deu as primeiras noções sobre Nossa Realidade. Na déc de 1980, mais maduro, comecei a, de facto, me conscientizar do nosso atrazo em tecnologia. Crise econômica, dificuldades sem fim... "Meu Deus", pensava, "quando isso mudará?" Notícias dos avanços aeroespaciais me deram novo ânimo, Em 1984, "O Fog Bras VLS deve voar em 1989". Na déc de 1990, já tinhamos tecn p fabricar nosso tão sonhado reator nuclear (desde 1988), mas os impecílios perpetrados pelos EUA pareciam impossíveis de driblar (Argentina teve idêntico tratamento). Num doc que salvei, e guardo em algum lugar, um antigo almirante de Nossa Marinha alega ter testemunhado(meados déc 1990) o que equivaleria uma traição de um de nossos primeiros ministros (civil) da Defesa (até a chegada dos civis ao poder, julgava que isso fosse papo de comunistas). Sabendo que NÃO poderia fazer isto, gastou parcos recursos destinados ao desenv do Reator Nuclear na compra de barcos leves (perfeitamente dispensáveis!), na França, destinados à patrulha de nosso litoral. Resultado conhecido: 15 anos de pesquisas interrompidas! Esse almirante havia sido alertado, alguns anos antes, por um araponga americano que, por efeito do alcool, numa festa ou recepção, teria deixado escapar algo do tipo "É, o Brasil pensa que vai avançar (desenv reator) mas as coisas, em breve, vão seguir caminho diferente." Prossegue o almirante, "Ou esse cara tinha uma bola de cristal ou sabia o que ía acontecer, pois foi exatamente o que aconteceu"!

    Esse início de séc XXI pode ser a Virada. Ministério da Defesa, Estado-Maior Conjunto, Estratégia Nacional de Defesa. Parece que, ainda que aos poucos, nosso País vai aprendendo a caminhar...

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  4. Existe algo de glorioso em lhe negarem a tecnologia sensível: a pesquisa, por seus próprios meios, lhe levará ao seu objetivo!

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  5. Não sou comunista, nem socialista. Ainda menos, stalinista. Mas sou fascinado com o avanço industrial soviético na déc 1930 (que tragicamente ceifou milhões de vidas naquele império)! Fazem 80 anos da Revolução 1930, que mudou o Brasil social p sempre. Mas quando penso nas oportunidades que a nossa gente deixou passar... O quanto poderíamos ter desenvolvido nossa Pátria!

    Esperemos que as próximas gerações procurem equilibrar seus Direitos com seus Deveres...

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  6. Olá Antônio!

    Sou um pouco mais novo do que você, pois nasci em 1963 e tenho 47 anos. Eu soube que o Brasil tinha um programa espacial em 1971, quando lendo o "Livro Anual da Barça de 1967" me informei sobre as atividades espaciais ocorridas no país naquele ano. A partir de então, mesmo morando no Nordeste (Salvador), procurei ficar atento e acompanhar o desenvolvimento do PEB através das poucas notícias que nos chegavam.

    Em setembro de 1983, fui aos EUA como estudante de intercâmbio cultural ficando por lá até junho de 1985. Nesse período me associei a "National Space Institute" (NSI) que editava a saudosa revista "Space World" (além de assinar a revista Aviation Week Space Technology), onde pude acompanhar o desenvolvimento da tecnologia espacial pelo mundo e inclusive no Brasil, em matérias raras publicadas por essas revistas.

    De retorno ao Brasil acompanhei todos os altos e baixos do programa que culminaram com o irresponsável orçamento de US$ 30 milhões do governo FHC que resultaria seis meses depois (após a posse do LULA) no acidente do VLS-1 em 2003.

    Na questão do PEB não compartilho de sua esperança de melhora, como ocorreu com o programa nuclear, o PROANTAR e a ciência e tecnologia do país como um todo durante o governo LULA.

    Infelizmente apesar de o PEB ser vendido como estratégico para sociedade brasileira, em momento algum em toda sua história (mesmo durante o governo Sarney, onde em nossa opinião foi à época de maior avanço do programa) o mesmo foi tradado de tal forma.

    Na verdade, sempre foi visto como o patinho feio, e mesmo com o grande crescimento da indústria aeronáutica no Brasil não houve interesse dessa mesma indústria em entrar no setor, visto que o governo nunca demonstrou interesse real em apoiar este programa.

    Vale lembrar que a presidente eleita, Dilma Rousseff, nunca demonstrou qualquer simpatia pelo programa e duvido muito que venha fazer agora. O mais interessado pelo programa é o Carlos Ganem, que não tem qualquer força política e o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, que muito provavelmente será substituído pelo político, Michel Temer, que não tem competência nenhuma para assumir um cargo como esse.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  7. Duda, eu gostaria de saber o grau de desenvolvimento tecnológico aeroespacial de nossos hermanos argentinos que, soube, está bastante amadurecido. Tenho tido certa dificuldade em acessar informações sobre esse assunto (além dos sistemas inerciais, motores aeroespaciais, turbo-jatos, o próprio foguete Tronador II). Assim sendo, proponho tópico próprio ou, mesmo, sobre programas aeroespaciais da América Latina (ex: existiu um ingeniero peruano Pedro Paulet [1874-1945], pioneiro em foguetes, praticamente desconhecido aqui).

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  8. Finalmente, Duda, alguém aparece para por os pingos nos I's, nos esclarecer, em termos simples, o que de fato está acontecendo.

    Em entrevista sobre a história da Embraer, em comemoração de seus 40 anos (2008), o engenheiro aeronáutico Ozires Silva afirma categoricamente que "o Brasil, do ponto de vista de comportamento, é razoavelmente vocacionado p o fracasso!" http://www.youtube.com/watch?v=pcV81Ibql1w
    Uma situação que perdura até hoje...

    Você mora no Nordeste, em Salvador? Eu resido em Fortaleza-Ceará desde fev 1963 (cheguei aqui, com a família, transferido do Rio de Janeiro, onde nasci, aos 11 meses de idade [pai militar da FAB, não esqueça]). Na época, 1970-71 (quantas saudades!), não tinha, lamento dizer, interesse em nosso Programa Espacial. Isso veio já no fim dos anos setenta, quando ouvi falar do MECB (1980). Levei um susto! Então nosso país já pode se propor enviar satélites ao espaço?! pensei. O tempo foi o cruel expositor da verdade.

    Ainda assim, sou fascinado pela história do Programa. Nossos heroicos e (quase) anônimos engenheiros foram galgando etapas, enfrentando adversidades colossais caracteristicas. Só o fato do Sonda I (1966) já nos ter trazido dividendos (aço soldado, sem costuras, é isso?) mostra o quanto valeu a pena o investimento.

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  9. Olá Antônio!

    Bom, o grau de desenvolvimento tecnológico dos argentinos no setor espacial consiste numa indústria muito sólida (INVAP) que é a mais desenvolvida da América latina na área de satélites e de reatores nucleares. Tanto que o sistema "ACDH" do satélite brasileiro “Amazônia 1” tivemos de contratar junto a INVAP, incluindo ai a transferência de tecnologia.

    Tínhamos a indústria mais adiantada nesta área no começo dos anos 90, mas por falta de interesse do governo, infelizmente perdemos essa liderança.

    Já na área de foguetes, as informações são controversas, pois recentemente foi divulgado na mídia internacional (veja no blog as notas “Argentina Plans to Join Space Age” e a “La Argentina Tendrá en Tres Años Su Lanzador Espacial”) que a Argentina se prepara para lançar um veículo lançador com um satélite abordo em 2013.

    Acontece que o foguete testado recentemente (Tronador I) pela VENG (Vehículos Espaciales de Nueva Generación) é muito parecido com o "SONDA II" brasileiro, lançado pela primeira vez em 1967.

    Sinceramente não acreditamos nessa façanha argentina, no entanto, as informações sobre esta empresa VENG não são muito claras e não sabemos realmente o atual estagio de desenvolvimento da mesma.

    O blog “BRAZILIAN SPACE” sempre estará disposto a publicar artigos escritos por colaboradores do blog, e caso queira escrever um sobre este engenheiro peruano ou qualquer outro, publicaremos com grande prazer.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilan Space)

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  10. Olá Antônio!

    Moro sim em Salvador e agradeço pelo contato. É bom saber que mais alguém se intressa pelo PEB no Nordeste. Por gentileza Antônio, se puder divulgue o blog para que possamos crescer como uma voz forte em prol do mesmo.

    Forte abraço

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  11. É o que pretendo apartir de agora. Divulgá-lo-ei onde puder.

    Momento histórico: soube num informe, em alguma page que não consigo mais lembrar (acho que em algum forum) desta (fantástica) internet (quem dera esta tecnologia disponível nos 1960-70!), que houve uma exibição lançamento de pequeno foguete X (?) numa fazenda, no fim dos anos 1950. Teria sido esse o primeiro teste fogueteiro no País. Parece que a imprensa local foi ao evento. Não há foto disponível.

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  12. Olá Antônio!

    Eu agradeço pela divulgação do blog amigo e acredito que você esteja se referindo ao foguete RX-1 (veja aqui a nota "Em 1958 o Brasil Lancou seu Primeiro Foguete - Será?"), mas o mesno foi uma piada realizada pelos alunos do ITA.

    Forte abraço

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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