Tecnologia Espacial a Serviço da Sociedade


Segue abaixo uma matéria publicada na Revista Espaço Brasileiro, de abril, maio e junho de 2008, abordando uma tecnologia espacial desenvolvida para satélites pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que foi repassada para indústria de fornos de padaria.

Duda Falcão

Tecnologia Vinda do Espaço


Café da manhã: cheirinho de café e pão quentinho na mesa. Para garantir as cenas de todas as manhãs na maioria das mesas brasileiras, milhares de padarias espalhadas no Brasil amanhecem o dia assando milhões de pãezinhos. O que muita gente não sabe é que para facilitar o cozimento dos pães, uma alteração nos fornos de padaria passou por um experimento do Programa Espacial Brasileiro.

A pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Márcia Mantelli, com sua equipe, desenvolveu um aparelho chamado minitubos de calor que, ao ser colocado nos fornos de padaria, ajudou a distribuir de forma uniforme o calor garantindo o cozimento rápido e constante do pãozinho nosso de cada dia. Segundo Mantelli, esse aparelho já foi passado a indústria. “Os minitubos não servem apenas para fornos de padaria mas, principalmente, para equilibrar a temperatura de satélites”, explicou a pesquisadora.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já esta negociando com a UFSC para utilizar esse equipamento nos satélites nacionais.

Esse experimento fez parte do Programa Microgravidade, da Agência Espacial Brasileira (AEB), que incentiva universidades e institutos de pesquisa a desenvolverem experimentos em ambiente de microgravidade (parecida com a encontrada fora da atmosfera).

A gerente do Programa, Marta Humann, explica que qualquer instituição de ensino superior e pesquisa pode participar. Para isso, basta elaborar um projeto em que seja comprovada a necessidade de microgravidade ou de qualificação em vôo suborbital. “Pode ser elaborado um experimento em qualquer área do conhecimento”, disse.

Com o experimento elaborado, o próximo passo é inscrevê-lo em um dos Anúncios de Oportunidade (AO) divulgados pela AEB, um edital que escolhe os projetos participantes do programa. Nesses editais são divulgados uma série de pré-requisitos que os experimentos precisam apresentar, como peso e finalidade.

Casa proposta é avaliada em duas etapas. Na primeira, a Comissão Organizadora - composta pela AEB, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) - avalia a viabilidade de cada projeto. Na segunda etapa, a ABC indica um assessor técnico para cada tema, afim de avaliar o mérito científico, a capacidade da instituição de desenvolver o projeto, a qualificação da equipe e o orçamento.

No ano passado foi lançado o terceiro AO, quando houve 28 experimentos inscritos e 13 foram aprovados na primeira etapa. Nesse anúncio, cada projeto aprovado poderá gastar com insumos e pesquisas cerca de R$ 100 mil. “Não é permitida a inclusão de gastos com pessoal”, avisa Humann.


Fonte: Revista Espaço Brasileiro - Num. 4 - abr, mai, jun de 2008 - Pág: 19

Comentário: Essa matéria comprova um dos benefícios que um programa espacial pode trazer ao país que decide por investir em atividades espaciais. Claro que a conquista exemplificada, não alterará muita coisa no dia-a-dia do brasileiro, mas indica que o programa espacial tem muito ainda a fazer e certamente será responsável por conquistas ainda mais benéficas para a sociedade brasileira.

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